É assim, as pessoas compram um apartamento com infra-estrutura legal, cheio de atrativos e depois começam a adiar o momento da “felicidade”. A meta era só perder a barriguinha, mas...
São dias e dias de ensaio pra chegar, dizer um boa-noite onde todo mundo já se conhece e é “dono” do próprio negócio. Eles respondem fraquinho, afinal tem intruso chegando... E você, que não é um atleta e não entende patavina de aparelhos ergométricos vai olhando pros brinquedinhos com um olhar cada vez mais apavorado!
Petrificado, fica escolhendo algum virado pro canto, numa parede vazia, mas o único desocupado tá lá, bem no meio da “arena”. Com espelho pra tudo que é lado prá não perder nenhum “ângulo”. Chega disso, quem já enfrentou tantas metas na empresa se mixando pra uma esteira? Convenhamos!!!! Que fiasco! Nada de preferir pedir aumento pro chefe. Coragem!!!
Cabeça erguida, sobe-se na geringonça e estão ali, 18 botõezinhos. Depois de 10 minutos apertando todos, um a um e de dois em dois com toda a força, lê-se: pressione suavemente. Meu Deus! Nessa altura a mulher do seu lado, com olhar de superioridade começa a explicar que, antes... é preciso ligar na tomada! Claro!!! Você segue então com o fio na mão rezando pra ser eletrocutado logo e explodir a academia junto. Mas liga!
Finalmente, começa a felicidade! O condomínio começa a valer a pena!!!
A barriga já parece ter diminuído um pouco. Passaram-se, afinal, quinze longos minutos. Então o celular que ficou no chão, começa a tocar.Sem calcular que enquanto um pé sai o outro continua correndo, você passa a ser a televisão da academia, mais precisamente ligada nas vídeo cassetadas do Faustão e quase acaba na esteira do vizinho. É mico pro ano que vem junto.
Bem, mas como todo mundo ali parece estar treinando pras olimpíadas, o negócio é não perder o Jornal Nacional e sair em grande estilo. Um tchau agora mais alto e confiante, seguido de um aceno musculoso! Então alguém grita que você está pisando no fone de ouvido que, arrastando no chão quase o faz voar na porta de saída. Isso já é demais!
E... pensando bem, sua barriga não é mesmo um charme??
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Dezembro... que clima é esse?
Um clima que não tem nada a ver com a primavera atropelando o verão aqui ou o outono atrasando a chegada da neve no outro lado do mundo. Um clima que não sentimos na pele, nem balança nossas cortinas.
É como uma boa-nova chegando, como a alvorada. Ele nos perturba, nos emociona, nos cativa.
É uma época brincando com o tempo. E o tempo fazendo pirraça com as horas dos nossos dias... se metendo no que esperamos, vasculhando as frestas dos livros que escrevemos em segredo. É um tal de reencontro com nossas lembranças mais ternas, mais queridas.
Que clima é esse?
Tudo segue igual. Inalterado. Os domingos virando preguiçosas segundas e as quintas se vingando e fazendo chegar as adoradas sextas-feiras. Continuamos indo ao mercado, estudando, trabalhando, ouvindo a musiquinha do Fantástico, mas... tem coisa diferente acontecendo quando chega dezembro. Coisa que não entendemos, que não deciframos, mas tem! Algo bem mais profundo que a falta de presépios nas decorações dos shoppings e o excesso de Papais-Noéis.
Pois é. Ficamos nostálgicos escutando as músicas das propagandas... “Este ano, quero paz no meu coração...” Começamos a fazer balanços internos e externos. Contas pra pagar as contas. Não só prá comprar presentes e sim pros nossos próprios acertos . Nos procuramos no espelho, vestidos de outros jeitos, pintados em outros quadros. Buscamos os sonhos que ainda nem sabemos quais são. Traçamos as mesmas metas do ano retrasado. Mas é isso.
Dezembro nos traz encantamento pelo recomeçar, pelo reviver. Quando ele fizer o contorno do dia 31, o ano nos encontrará em que parte da história? É o que desejamos saber. E, precisamos, nos renovar. Estar ao lado de quem amamos, mas do lado certo. Refletidos nos enfeites natalinos, viramos luz e viramos canções. Somos nós e somos nossos sonhos.
Que clima é esse afinal?
É dezembro. É Natal.
É o clima do espírito, da alma. É o clima das mudanças, das transformações, dos planos. Mesmo que a gente se transforme na gente de novo. E mesmo que não mude nada, no fundo seremos outros. Quando janeiro chegar, teremos terminado aquele livro. Estaremos prontos para o início do próximo.
E é com a força desse breve encantamento, que atravessaremos todos os climas, de todos os meses, de um novo ano. Mais um...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Um só dia...
Existem tantos dias no ano dedicados a alguma coisa, a alguma causa, a alguém.
Não falo agora do dia do médico, da professora ou do engenheiro. Não falo do dia que começou uma guerra ou do início da primavera. Não falo daquele feriado decretado em alguns lugares ou daquele comemorado no mundo inteiro. Falo de um dia. Um único dia que cada um recebe quando chega e leva junto quando se vai.
Um dia que, de todos aqueles que passam ao longo do ano, é particular. É único. É prática e teoria. É nosso.
Falo sim, do aniversário!!
Cada pessoa o vive de um jeito...
O aniversário acorda conosco. Ou a gente acorda com ele?
Não o perdemos de vista. Sabemos que
ele nos pertence. Sozinhos ou não, ele está lá, no fundo, nos lembrando que somos finitos. Que um dia, de algum ano, será o último.Esta consciência mórbida nos faz ainda mais conscientes dele e sua preciosidade é ainda maior. Mais curtida. Se fôssemos imortais ele não teria tanta importância. Ou não teria nenhuma. Contar o quê? Novecentos e quarenta e quatro anos... Puts, assim já se começa a ganhar presente repetido!
Quando crianças esperamos o bolo, as velas, os amigos... os presentes. Quando adolescentes esperamos a fulia, os recados, as brincadeiras, a curtição com a galera... os presentes. Quando adultos esperamos por nós. Quem encontraremos a cada novo aniversário. Quem ainda seremos ou quem ainda queremos ser. Quem estará nos esperando no espelho. Que paisagem nos esculpirá na foto. E ainda, os presentes! Quando velhos... Ah! Esperaremos as lembranças de todos aqueles que fomos em todos os aniversários que se passaram. E os presentes? Não. Os presentes não virão embrulhados. Serão os dias que ainda teremos, ao lado de quem ainda nos ama.
Nesse dia tão particular e ao mesmo tempo tão partilhado, ou não...
Geralmente nos sentimos diferentes. Sensíveis. Conectados conosco e de olho no mundo. Se o mundo está nos vendo.Se estamos no palco, sob os holofotes e os aplausos ou escondidos atrás das cortinas. Nos bastidores.
Não importa se é segunda-feira, se o céu está nublado ou cinza. Neste dia podemos pegar todos os semáforos fechados, não encontrar vaga no estacionamento, esperar 15 minutos pelo elevador ou ficar na fila do banco. Nada pode nos atingir. Somos super-heróis salvando a nós mesmos da rotina
de ter que estar bem ou ser feliz. Não somos obrigados a nada. Nosso compromisso é apenas conosco. O compromisso de não fazer nada ou fazer tudo. Atender todas as ligações ou desligar os telefones e não atender ninguém. Permitir nos agradar ou nos punir. Nos mimar ou nos judiar.Saímos ou ficamos.
Não importa.
Neste dia a escolha é nossa. E podemos marcar todas as alternativas ou nenhuma das anteriores. Podemos chutar a gol ou assumir o lugar do goleiro. Podemos ficar ao sol, ou... ser o sol.
Não falo agora do dia do médico, da professora ou do engenheiro. Não falo do dia que começou uma guerra ou do início da primavera. Não falo daquele feriado decretado em alguns lugares ou daquele comemorado no mundo inteiro. Falo de um dia. Um único dia que cada um recebe quando chega e leva junto quando se vai.
Um dia que, de todos aqueles que passam ao longo do ano, é particular. É único. É prática e teoria. É nosso.
Falo sim, do aniversário!!
Cada pessoa o vive de um jeito...
O aniversário acorda conosco. Ou a gente acorda com ele?
Não o perdemos de vista. Sabemos que
ele nos pertence. Sozinhos ou não, ele está lá, no fundo, nos lembrando que somos finitos. Que um dia, de algum ano, será o último.Esta consciência mórbida nos faz ainda mais conscientes dele e sua preciosidade é ainda maior. Mais curtida. Se fôssemos imortais ele não teria tanta importância. Ou não teria nenhuma. Contar o quê? Novecentos e quarenta e quatro anos... Puts, assim já se começa a ganhar presente repetido!
Quando crianças esperamos o bolo, as velas, os amigos... os presentes. Quando adolescentes esperamos a fulia, os recados, as brincadeiras, a curtição com a galera... os presentes. Quando adultos esperamos por nós. Quem encontraremos a cada novo aniversário. Quem ainda seremos ou quem ainda queremos ser. Quem estará nos esperando no espelho. Que paisagem nos esculpirá na foto. E ainda, os presentes! Quando velhos... Ah! Esperaremos as lembranças de todos aqueles que fomos em todos os aniversários que se passaram. E os presentes? Não. Os presentes não virão embrulhados. Serão os dias que ainda teremos, ao lado de quem ainda nos ama.
Nesse dia tão particular e ao mesmo tempo tão partilhado, ou não...
Geralmente nos sentimos diferentes. Sensíveis. Conectados conosco e de olho no mundo. Se o mundo está nos vendo.Se estamos no palco, sob os holofotes e os aplausos ou escondidos atrás das cortinas. Nos bastidores.
Não importa se é segunda-feira, se o céu está nublado ou cinza. Neste dia podemos pegar todos os semáforos fechados, não encontrar vaga no estacionamento, esperar 15 minutos pelo elevador ou ficar na fila do banco. Nada pode nos atingir. Somos super-heróis salvando a nós mesmos da rotina
de ter que estar bem ou ser feliz. Não somos obrigados a nada. Nosso compromisso é apenas conosco. O compromisso de não fazer nada ou fazer tudo. Atender todas as ligações ou desligar os telefones e não atender ninguém. Permitir nos agradar ou nos punir. Nos mimar ou nos judiar.Saímos ou ficamos.
Não importa.
Neste dia a escolha é nossa. E podemos marcar todas as alternativas ou nenhuma das anteriores. Podemos chutar a gol ou assumir o lugar do goleiro. Podemos ficar ao sol, ou... ser o sol.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Saudade...
Conforme os dicionários: “ Um desejo vago e constante por algo...”
“ É a lembrança de sentimentos, experiências e lugares ou eventos. Pode ser descrita como um vazio”.
Uma pesquisa britânica considerou a palavra saudade , em português, como a sétima palavra mais difícil do
mundo para se traduzir.
A primeira é ilunga (idioma africano), que significa que uma pessoa pode perdoar pela primeira vez, tolerar pela segunda, mas nunca pela terceira vez. Outras: naa ( japonês), usada para enfatizar declarações ou concordar com alguém, altahmam (árabe), um tipo de tristeza profunda, gezellig ( holandês), aconchegante...
Mas de todas da lista, apenas saudade não é consensual.
Se o mundo, no entanto, não consegue explicá-la em outras línguas, todos a conhecem muito bem.
A saudade é poderosa demais...
Consegue nos transportar para outros tempos, voltar para outros sonhos. Vivendo de novo o que passou, o que já foi, o que já era. O que tem, ou não, volta.
Sozinhos ou acompanhados, felizes ou tristes, ela aparece de repente, sem aviso e sem permissão. Vai entrando pela porta da casa, pela janela do coração. Pula muros muito altos e não tem jeito, nos alcança, nos descobre e se esconde com a gente. Se apodera e toma conta.
Ela não marca hora, não nos pergunta se pode chegar, se pode ficar , se a gente quer mesmo senti-la.
Saudade é esse ”algo”, que nos faz atravessar pontes para outras épocas, ou voltar poucos minutos atrás...
Neste momento eu explico a saudade através do meu filho mais velho, de dois jeitos.
Quando ele estava comigo, eu sentia saudade dele, junto com ele.
Saudade de um carequinha alegre que eu exibia orgulhosa no carrinho de bebê por onde ia.
Saudade do primeiro dia de aula, de mochilinha nas costas e uniforme. Saudade das molecagens, de assistirmos desenhos juntos e das brincadeiras. Das homenagens na escola, das pinturas coloridas...
São vozes da infância, que ainda ecoam em mim.
Hoje sinto saudade do meu jovem, o meu menino dourado como costumo chamá-lo, que foi prá muito longe
aprender outra língua e outra cultura. Já na faculdade, misturo as saudades. De um tempo que passou e de um que está passando. Saudade pela separação física que me impede de entrar naquele abraço enorme dele. Tão carinhoso...
Quando eu abria a porta de casa, só enxergava aqueles braços abertos, prontos pra me aninhar, me aquecer do frio do mundo.
E eu pequena perto dele tão alto, desaparecia no meio de tanto aconchego. Mas por nem um instante esquecia, que antes... era eu a gigante dele. Era eu quem dominava esse amor e o protegia da vida.
Então saudade é isso!
É ter de volta. Seja aquilo que podemos pegar ou apenas sentir.
A minha saudade hoje filho querido , bate junto com as músicas dos Beatles que tanto amas. Esse sentimento, todo misturado, é dedicado a ti, que foi e continua aqui.
Estou te esperando, para quando estiveres comigo, poder novamente, sentir apenas uma.
A saudade do que passou, não a do teu abraço...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Felicidade, onde estás que não respondes?
De repente resolvi deixar a vontade de chorar no fundo da gaveta e me vesti com a vontade de viver. Pelo menos agora...
Abri todas as cortinas, abri todas as janelas e as minhas esperanças. Pelo menos agora...
Foi entrando muita luz. Foi vindo aquele vento morninho, carregando a primavera. De repente deixei de pensar que o marceneiro não entregou os móveis, que o lavabo tá cheio de caixas e a casa não está perfeita. Olhei em volta de outra forma e achei tudo tão lindo...
Fui prá rua encontrar meu filho, me sentindo tão bem. Tão feliz num caminho cheio de flores nos jardins e na minha alma.
É tão bom e tão fácil ser feliz, mas a gente cutuca o pensamento e acha. Tá lá um probleminha, dois... e vai se formando uma dor de cabeça, uma tristeza. Então nada mais se explica e só reclamamos que a vida não tá legal.
Deixei o vento ficar entrando em casa, tirando a poeira da agonia, da complicação e fui saudar o que havia do lado de fora.
Um menino de 13 anos, com uma mochila nas costas e um baita sorriso na cara linda. Um sorriso de borrachinha azul, moldado num aparelho prateado que ele não queria usar. Estava tão feliz com a nota A em história. Veio virado em abraço, me encontrando daquele jeito desajeitado e carinhoso, que eu adoro tanto...
E esqueci o resto.
Apenas me concentrei numa palavrinha mágica, que todos ficam perseguindo, mas atiram tanta pedra em cima, que ela se esconde.
Hoje abracei aquele menino e no meio do abraço ela tava ali, sem aviso e sem ensaio. Transparente como um pedaço de luz ...era a tal da FELICIDADE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Pelo menos agora...
De repente resolvi deixar a vontade de chorar no fundo da gaveta e me vesti com a vontade de viver. Pelo menos agora...
Abri todas as cortinas, abri todas as janelas e as minhas esperanças. Pelo menos agora...
Foi entrando muita luz. Foi vindo aquele vento morninho, carregando a primavera. De repente deixei de pensar que o marceneiro não entregou os móveis, que o lavabo tá cheio de caixas e a casa não está perfeita. Olhei em volta de outra forma e achei tudo tão lindo...
Fui prá rua encontrar meu filho, me sentindo tão bem. Tão feliz num caminho cheio de flores nos jardins e na minha alma.
É tão bom e tão fácil ser feliz, mas a gente cutuca o pensamento e acha. Tá lá um probleminha, dois... e vai se formando uma dor de cabeça, uma tristeza. Então nada mais se explica e só reclamamos que a vida não tá legal.
Deixei o vento ficar entrando em casa, tirando a poeira da agonia, da complicação e fui saudar o que havia do lado de fora.
Um menino de 13 anos, com uma mochila nas costas e um baita sorriso na cara linda. Um sorriso de borrachinha azul, moldado num aparelho prateado que ele não queria usar. Estava tão feliz com a nota A em história. Veio virado em abraço, me encontrando daquele jeito desajeitado e carinhoso, que eu adoro tanto...
E esqueci o resto.
Apenas me concentrei numa palavrinha mágica, que todos ficam perseguindo, mas atiram tanta pedra em cima, que ela se esconde.
Hoje abracei aquele menino e no meio do abraço ela tava ali, sem aviso e sem ensaio. Transparente como um pedaço de luz ...era a tal da FELICIDADE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Pelo menos agora...
Sempre adorei escrever. Bilhetes, recados, cartas... Contando coisas, desabafando, pedindo ou perguntando, me desculpando, me declarando...
E agora empaco diante da pergunta sutil e comum: Quem sou eu?
Eu sou a filha caçula de um casal especial que deixou como herança uma educação amorosa, baseada no respeito, no diálogo, no carinho. Sempre disse que meu pai era dono dos olhos verdes mais cheios de ternura que já conheci. Íntegro, digno, inteligente demais. Vivia nos ensinando, nos protegendo e nos enganando com suas brincadeiras de cara séria e voz de trovão! E minha mãe, tão doce, tão sensível e talentosa... Ainda sinto o cheiro do creme de baunilha quente, que nunca consegui fazer igual. Tinha mãos de fada, vivia me fazendo surpresas, me mimando. Um dia... ela morreu de amor. Logo depois que ele partiu. Daí em diante descobri que tinha forças escondidas dentro de mim, que me fizeram atravessar um tempo de dor e vazio. Hoje só ficaram boas e queridas lembranças.
Eu sou fruto dessa história, contada pelo jeito alemão de ser!
Não sei falar de mim, sem falar de quem me rodeia, me cerca, me surpreende, me emociona.
Eu? Eu sou feliz. Eu tenho tudo!
Minha família, que é o elo eterno com o que é mais profundo. A quem admiro e amo demais. Família onde nasci e onde caí de para-quedas. Do lado paterno e do lado materno e do lado que se ganha quando se conhece o verdadeiro companheiro. Não é o Lula e não adianta me confundir com a Marisa.
Meu marido, que me conhece há mais tempo do que consigo lembrar, capaz de me jogar pro alto quando esmoreço e me receber de volta num castelo de surpresas, me chamando de princesa. O cara mais braço na direção que já vi, a quem conheci menino e hoje é um homem brilhante e um pai sem igual. Há 28 anos aceitei o seu pedido e ainda continuamos namorando...Alguém que pela família é capaz de ir a outros planetas e voltar rápido, antes de acreditarmos. Nosso porto seguro. Alguém que não vacila e sempre vem ao nosso encontro cheio de planos e sonhos.
Minha arte, que me faz pintar as coisas com um colorido a mais. Um jeito matizado de espalhar pigmentos onde o branco é tingido pela vida e transborda em algo mais.
Meus amigos. Que mesmo tendo muitas vezes ficado em suas vidas em outros lugares, em outras épocas que não consegui trazer junto, continuam no meu coração. Todos.
Meus filhos. Falar deles? É melhor escrever um livro, não sei resumi-los. Razão e rumo. Caminho de ida e de volta. Nosso espelho refletido com mais luz e mais intensidade. Mais brilho e mais motivos.Para mim, campeões em tudo. Com eles aprendo todos os dias e choro a toda hora. De alegria e de saudade. De orgulho e de felicidade. De quem sou mãe coruja mesmo. Talvez só eles consigam o dom de me deixar sem fala. Quando o amor não se explica mais.
Como posso falar de mim?
Eu sou um pouco de todos os que fazem parte da minha vida !
E agora empaco diante da pergunta sutil e comum: Quem sou eu?
Eu sou a filha caçula de um casal especial que deixou como herança uma educação amorosa, baseada no respeito, no diálogo, no carinho. Sempre disse que meu pai era dono dos olhos verdes mais cheios de ternura que já conheci. Íntegro, digno, inteligente demais. Vivia nos ensinando, nos protegendo e nos enganando com suas brincadeiras de cara séria e voz de trovão! E minha mãe, tão doce, tão sensível e talentosa... Ainda sinto o cheiro do creme de baunilha quente, que nunca consegui fazer igual. Tinha mãos de fada, vivia me fazendo surpresas, me mimando. Um dia... ela morreu de amor. Logo depois que ele partiu. Daí em diante descobri que tinha forças escondidas dentro de mim, que me fizeram atravessar um tempo de dor e vazio. Hoje só ficaram boas e queridas lembranças.
Eu sou fruto dessa história, contada pelo jeito alemão de ser!
Não sei falar de mim, sem falar de quem me rodeia, me cerca, me surpreende, me emociona.
Eu? Eu sou feliz. Eu tenho tudo!
Minha família, que é o elo eterno com o que é mais profundo. A quem admiro e amo demais. Família onde nasci e onde caí de para-quedas. Do lado paterno e do lado materno e do lado que se ganha quando se conhece o verdadeiro companheiro. Não é o Lula e não adianta me confundir com a Marisa.
Meu marido, que me conhece há mais tempo do que consigo lembrar, capaz de me jogar pro alto quando esmoreço e me receber de volta num castelo de surpresas, me chamando de princesa. O cara mais braço na direção que já vi, a quem conheci menino e hoje é um homem brilhante e um pai sem igual. Há 28 anos aceitei o seu pedido e ainda continuamos namorando...Alguém que pela família é capaz de ir a outros planetas e voltar rápido, antes de acreditarmos. Nosso porto seguro. Alguém que não vacila e sempre vem ao nosso encontro cheio de planos e sonhos.
Minha arte, que me faz pintar as coisas com um colorido a mais. Um jeito matizado de espalhar pigmentos onde o branco é tingido pela vida e transborda em algo mais.
Meus amigos. Que mesmo tendo muitas vezes ficado em suas vidas em outros lugares, em outras épocas que não consegui trazer junto, continuam no meu coração. Todos.
Meus filhos. Falar deles? É melhor escrever um livro, não sei resumi-los. Razão e rumo. Caminho de ida e de volta. Nosso espelho refletido com mais luz e mais intensidade. Mais brilho e mais motivos.Para mim, campeões em tudo. Com eles aprendo todos os dias e choro a toda hora. De alegria e de saudade. De orgulho e de felicidade. De quem sou mãe coruja mesmo. Talvez só eles consigam o dom de me deixar sem fala. Quando o amor não se explica mais.
Como posso falar de mim?
Eu sou um pouco de todos os que fazem parte da minha vida !
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Tudo muda...
_____________________________________________
A gente costuma pensar que as pessoas não mudam. “ Pau que nasce torto”... Parece que as manias, os jeitos e trejeitos são criados no molde do berço, para sempre!
Até que a morte os separe?
E sejam cacoetes chatos ou inconseqüentes,
hábitos admiráveis ou irreverentes, jamais serão modificados. Opiniões e atitudes grudadas e definitivas.
Neste final de semana testemunhei que hábitos se transformam, sim!
Minha visita, a qual não revelo a identidade nem sob tortura, chegou acompanhada... da cachorrinha... O quê? Ela? No meu apartamento? Eu mudei lembra? Não estou mais numa casa!
Não pensem que é alguém da minha família. Capaz!
Alguns meses atrás cachorros eram seres que habitavam as casas dos vizinhos e que sabiam latir e incomodar.
Fim. Essa era a minha crença e a dela. A minha ainda é. A dela, não mais...
Então ela entra porta adentro com aquele bicho peludinho no colo, falando uma linguagem nenê-cachorrês, mais indecifrável que as placas da república-tchêca. Junto com a bagagem, a casinha de tecido vermelho e o símbolo do time do coração, uma manta feita de crochê ( que inveja!!), uma sacola com os “brinquedinhos”, bolinhas e os pacotes de diversas rações (incluindo filezinhos de carne - servidos com oito pinguinhos de água morna em cima) e colherinhas, potinhos , etc...
De repente ela havia conseguido uma “maninha” para os filhos e transformado em avô o próprio marido!
Interessante... Naquele momento tudo que eu conseguia fazer era agradecer por ainda não ter comprado tapetes. Isso porque apesar do bichinho ser taxado como uma das maravilhas do universo, ele não sabia mais em que canto da nova casa estava o “seu toalete”.
Mas, brincadeiras a parte, agora sei e acredito que... na vida nada é definitivo!
A Terra vai girando e com ela os
seres que a habitam, sejam eles peludos ou não!
Se, há meses atrás a minha visitante jamais aceitaria adotar uma companhia canina que dormisse em seu quintal,
agora estava candidamente acolhendo a criaturinha nas dobras do seu cobertor. Meu Deus, o meu!!! Olhando a cena emocionada eu já começava a pensar se a lavadora entupiria com os pelinhos macios...
Ah! A vida realmente é uma arteira reveladora e incansável.
Na segunda-feira, enquanto acompanhava a bagagem sendo cuidadosamente ajeitada no carro e ainda aturdida com tamanha revelação, me peguei acenando nostalgicamente para aquele rabinho que balançava no banco de trás.
Que gracinha!
Nossa! Eu pensando assim?
Cruz credo!
A gente costuma pensar que as pessoas não mudam. “ Pau que nasce torto”... Parece que as manias, os jeitos e trejeitos são criados no molde do berço, para sempre!
Até que a morte os separe?
E sejam cacoetes chatos ou inconseqüentes,
hábitos admiráveis ou irreverentes, jamais serão modificados. Opiniões e atitudes grudadas e definitivas.
Neste final de semana testemunhei que hábitos se transformam, sim!
Minha visita, a qual não revelo a identidade nem sob tortura, chegou acompanhada... da cachorrinha... O quê? Ela? No meu apartamento? Eu mudei lembra? Não estou mais numa casa!
Não pensem que é alguém da minha família. Capaz!
Alguns meses atrás cachorros eram seres que habitavam as casas dos vizinhos e que sabiam latir e incomodar.
Fim. Essa era a minha crença e a dela. A minha ainda é. A dela, não mais...
Então ela entra porta adentro com aquele bicho peludinho no colo, falando uma linguagem nenê-cachorrês, mais indecifrável que as placas da república-tchêca. Junto com a bagagem, a casinha de tecido vermelho e o símbolo do time do coração, uma manta feita de crochê ( que inveja!!), uma sacola com os “brinquedinhos”, bolinhas e os pacotes de diversas rações (incluindo filezinhos de carne - servidos com oito pinguinhos de água morna em cima) e colherinhas, potinhos , etc...
De repente ela havia conseguido uma “maninha” para os filhos e transformado em avô o próprio marido!
Interessante... Naquele momento tudo que eu conseguia fazer era agradecer por ainda não ter comprado tapetes. Isso porque apesar do bichinho ser taxado como uma das maravilhas do universo, ele não sabia mais em que canto da nova casa estava o “seu toalete”.
Mas, brincadeiras a parte, agora sei e acredito que... na vida nada é definitivo!
A Terra vai girando e com ela os
seres que a habitam, sejam eles peludos ou não!
Se, há meses atrás a minha visitante jamais aceitaria adotar uma companhia canina que dormisse em seu quintal,
agora estava candidamente acolhendo a criaturinha nas dobras do seu cobertor. Meu Deus, o meu!!! Olhando a cena emocionada eu já começava a pensar se a lavadora entupiria com os pelinhos macios...
Ah! A vida realmente é uma arteira reveladora e incansável.
Na segunda-feira, enquanto acompanhava a bagagem sendo cuidadosamente ajeitada no carro e ainda aturdida com tamanha revelação, me peguei acenando nostalgicamente para aquele rabinho que balançava no banco de trás.
Que gracinha!
Nossa! Eu pensando assim?
Cruz credo!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Filhos...
Filhos são a nossa continuação, de um jeito melhor...
Mais rock e menos jazz.
Menos notícia e mais acontecimento.
Mais dança e menos ensaio.
Menos tigrão e mais cabreiro.
Mais verso e menos prosa.
Menos flores e mais cores.
Filhos somos nós caminhando mais rápido,
agindo mais e falando menos.
Descobrindo tudo pelo caminho mais curto.
Filhos somos nós mais engraçados, menos encabulados.
Mais precisos e menos indecisos.
Filhos somos nós programando menos
e curtindo mais.
Com mais fugas e menos encruzilhadas.
Os filhos fazem e os filhos agem.
Nós pensamos e nós encucamos.
Depois deles, somos tudo por eles.
E nós para eles?
Somos o porto seguro...
de todas as chegadas.
Não precisamos ser mais.
Mais rock e menos jazz.
Menos notícia e mais acontecimento.
Mais dança e menos ensaio.
Menos tigrão e mais cabreiro.
Mais verso e menos prosa.
Menos flores e mais cores.
Filhos somos nós caminhando mais rápido,
agindo mais e falando menos.
Descobrindo tudo pelo caminho mais curto.
Filhos somos nós mais engraçados, menos encabulados.
Mais precisos e menos indecisos.
Filhos somos nós programando menos
e curtindo mais.
Com mais fugas e menos encruzilhadas.
Os filhos fazem e os filhos agem.
Nós pensamos e nós encucamos.
Depois deles, somos tudo por eles.
E nós para eles?
Somos o porto seguro...
de todas as chegadas.
Não precisamos ser mais.
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