segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O poder dos filhos...



Queremos tanto para os  nossos filhos, que às vezes nos perdemos.
Sonhamos prá eles ou por eles?
Sonhamos por nós.

Eles são a chance de chegar aonde não conseguimos.De cortar a fita, de levar todas  as bandeiradas
que nos foram escondidas.
De viver o que apenas planejamos.
De ir aonde não fomos.
De vencer a guerra pela qual valeram todas as nossas batalhas.

Filhos deveriam ter suas próprias vidas, mas insistimos em  roubá-las deles.
Estranhamente passamos contando  todas as dificuldades que enfrentamos,
vangloriando-nos de um mundo diferente onde nada era “tão fácil”.
Somos os maiores cobradores dessas facilidades e ao mesmo tempo dedicamos nossas vidas
a retirar todas as pedras de seus caminhos, varrendo as folhas e plantando as flores.

Queremos apenas nos orgulhar de seus feitos, exibi-los como troféus dourados. E protegê-los
prá sempre, de todos os bichos papões que surgirem.

Quando falham, ficamos inconformados e menos por eles, mais por nós. Porque não
podemos exibir  suas derrotas. Nossas estantes só podem ser decoradas com suas
vitórias únicas,  que nos estufam  a mente, o peito, o ego...

Queremos aos filhos vidas perfeitas, melhores, maiores. Queremos que vivam o que não vivemos,
que caminhem por onde não passamos.
Queremos escrever suas  histórias sem as passagens obscuras que nos derrubaram.

Somos egoístas por tudo isso, mas ninguém , ninguém, é capaz de amá-los com tanta força e paixão no coração. De por eles abrir mão dos melhores pedaços de todos os bolos, que já nos ofereceram.

É, queremos ser tão donos dos filhos, que muitas vezes, torcemos para que as coisas dêem errado  e voltem  correndo prá nós.
E que  fiquem,  eternamente, nossas crianças, sentadas no colo, pertinho de nossos olhos, ao alcance de nosso abraço.
 Incentivamos que apostem alto, que sejam determinados e corajosos. Que sejam brilhantes e dignos. Persistentes. Mas, que nos carreguem com eles, em todas as suas estréias, permitindo-nos brilhar ao seu lado e assinar embaixo, o livro que nos contam.


Setembro...











Quando dobrarmos a esquina de setembro, como estaremos?
Quem ainda seremos, quase  trinta anos depois?

Talvez a gente abra as gavetas do tempo e faça um balanço...
Dos nossos destinos e desatinos,
Dos lugares que passamos e das marcas que deixamos.
Dos nossos filhos, prá sempre nossos meninos.

O espelho há de nos projetar de outros jeitos,
Nos copiar em outras molduras,
Nos lembrar de nossas loucuras.

Pegaremos carona, na continuação de nossa história. Mais sábios, esconderemos as pedras.

E seguiremos em frente,
Pro futuro e pro presente.
Até o próximo balanço, meu amor...

Camaleões



Somos seres misturados...
Pelo passado e pelo presente.
Ou voltamos ou vamos em frente.

Somos nós e somos muitos.
Somos sós.

Somos pais e somos filhos.
Andarilhos de nossos caminhos.

Estamos no ponto ou passamos do ponto?
Nos perdemos e nos achamos.
E, voltamos.

Prá nós, por nós.
Escrevemos e somos escritos.
Descobertos e escondidos.

Camaleões de nossos destinos.