quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Dezembro... que clima é esse?
Um clima que não tem nada a ver com a primavera atropelando o verão aqui ou o outono atrasando a chegada da neve no outro lado do mundo. Um clima que não sentimos na pele, nem balança nossas cortinas.
É como uma boa-nova chegando, como a alvorada. Ele nos perturba, nos emociona, nos cativa.
É uma época brincando com o tempo. E o tempo fazendo pirraça com as horas dos nossos dias... se metendo no que esperamos, vasculhando as frestas dos livros que escrevemos em segredo. É um tal de reencontro com nossas lembranças mais ternas, mais queridas.
Que clima é esse?
Tudo segue igual. Inalterado. Os domingos virando preguiçosas segundas e as quintas se vingando e fazendo chegar as adoradas sextas-feiras. Continuamos indo ao mercado, estudando, trabalhando, ouvindo a musiquinha do Fantástico, mas... tem coisa diferente acontecendo quando chega dezembro. Coisa que não entendemos, que não deciframos, mas tem! Algo bem mais profundo que a falta de presépios nas decorações dos shoppings e o excesso de Papais-Noéis.
Pois é. Ficamos nostálgicos escutando as músicas das propagandas... “Este ano, quero paz no meu coração...” Começamos a fazer balanços internos e externos. Contas pra pagar as contas. Não só prá comprar presentes e sim pros nossos próprios acertos . Nos procuramos no espelho, vestidos de outros jeitos, pintados em outros quadros. Buscamos os sonhos que ainda nem sabemos quais são. Traçamos as mesmas metas do ano retrasado. Mas é isso.
Dezembro nos traz encantamento pelo recomeçar, pelo reviver. Quando ele fizer o contorno do dia 31, o ano nos encontrará em que parte da história? É o que desejamos saber. E, precisamos, nos renovar. Estar ao lado de quem amamos, mas do lado certo. Refletidos nos enfeites natalinos, viramos luz e viramos canções. Somos nós e somos nossos sonhos.
Que clima é esse afinal?
É dezembro. É Natal.
É o clima do espírito, da alma. É o clima das mudanças, das transformações, dos planos. Mesmo que a gente se transforme na gente de novo. E mesmo que não mude nada, no fundo seremos outros. Quando janeiro chegar, teremos terminado aquele livro. Estaremos prontos para o início do próximo.
E é com a força desse breve encantamento, que atravessaremos todos os climas, de todos os meses, de um novo ano. Mais um...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Um só dia...
Existem tantos dias no ano dedicados a alguma coisa, a alguma causa, a alguém.
Não falo agora do dia do médico, da professora ou do engenheiro. Não falo do dia que começou uma guerra ou do início da primavera. Não falo daquele feriado decretado em alguns lugares ou daquele comemorado no mundo inteiro. Falo de um dia. Um único dia que cada um recebe quando chega e leva junto quando se vai.
Um dia que, de todos aqueles que passam ao longo do ano, é particular. É único. É prática e teoria. É nosso.
Falo sim, do aniversário!!
Cada pessoa o vive de um jeito...
O aniversário acorda conosco. Ou a gente acorda com ele?
Não o perdemos de vista. Sabemos que
ele nos pertence. Sozinhos ou não, ele está lá, no fundo, nos lembrando que somos finitos. Que um dia, de algum ano, será o último.Esta consciência mórbida nos faz ainda mais conscientes dele e sua preciosidade é ainda maior. Mais curtida. Se fôssemos imortais ele não teria tanta importância. Ou não teria nenhuma. Contar o quê? Novecentos e quarenta e quatro anos... Puts, assim já se começa a ganhar presente repetido!
Quando crianças esperamos o bolo, as velas, os amigos... os presentes. Quando adolescentes esperamos a fulia, os recados, as brincadeiras, a curtição com a galera... os presentes. Quando adultos esperamos por nós. Quem encontraremos a cada novo aniversário. Quem ainda seremos ou quem ainda queremos ser. Quem estará nos esperando no espelho. Que paisagem nos esculpirá na foto. E ainda, os presentes! Quando velhos... Ah! Esperaremos as lembranças de todos aqueles que fomos em todos os aniversários que se passaram. E os presentes? Não. Os presentes não virão embrulhados. Serão os dias que ainda teremos, ao lado de quem ainda nos ama.
Nesse dia tão particular e ao mesmo tempo tão partilhado, ou não...
Geralmente nos sentimos diferentes. Sensíveis. Conectados conosco e de olho no mundo. Se o mundo está nos vendo.Se estamos no palco, sob os holofotes e os aplausos ou escondidos atrás das cortinas. Nos bastidores.
Não importa se é segunda-feira, se o céu está nublado ou cinza. Neste dia podemos pegar todos os semáforos fechados, não encontrar vaga no estacionamento, esperar 15 minutos pelo elevador ou ficar na fila do banco. Nada pode nos atingir. Somos super-heróis salvando a nós mesmos da rotina
de ter que estar bem ou ser feliz. Não somos obrigados a nada. Nosso compromisso é apenas conosco. O compromisso de não fazer nada ou fazer tudo. Atender todas as ligações ou desligar os telefones e não atender ninguém. Permitir nos agradar ou nos punir. Nos mimar ou nos judiar.Saímos ou ficamos.
Não importa.
Neste dia a escolha é nossa. E podemos marcar todas as alternativas ou nenhuma das anteriores. Podemos chutar a gol ou assumir o lugar do goleiro. Podemos ficar ao sol, ou... ser o sol.
Não falo agora do dia do médico, da professora ou do engenheiro. Não falo do dia que começou uma guerra ou do início da primavera. Não falo daquele feriado decretado em alguns lugares ou daquele comemorado no mundo inteiro. Falo de um dia. Um único dia que cada um recebe quando chega e leva junto quando se vai.
Um dia que, de todos aqueles que passam ao longo do ano, é particular. É único. É prática e teoria. É nosso.
Falo sim, do aniversário!!
Cada pessoa o vive de um jeito...
O aniversário acorda conosco. Ou a gente acorda com ele?
Não o perdemos de vista. Sabemos que
ele nos pertence. Sozinhos ou não, ele está lá, no fundo, nos lembrando que somos finitos. Que um dia, de algum ano, será o último.Esta consciência mórbida nos faz ainda mais conscientes dele e sua preciosidade é ainda maior. Mais curtida. Se fôssemos imortais ele não teria tanta importância. Ou não teria nenhuma. Contar o quê? Novecentos e quarenta e quatro anos... Puts, assim já se começa a ganhar presente repetido!
Quando crianças esperamos o bolo, as velas, os amigos... os presentes. Quando adolescentes esperamos a fulia, os recados, as brincadeiras, a curtição com a galera... os presentes. Quando adultos esperamos por nós. Quem encontraremos a cada novo aniversário. Quem ainda seremos ou quem ainda queremos ser. Quem estará nos esperando no espelho. Que paisagem nos esculpirá na foto. E ainda, os presentes! Quando velhos... Ah! Esperaremos as lembranças de todos aqueles que fomos em todos os aniversários que se passaram. E os presentes? Não. Os presentes não virão embrulhados. Serão os dias que ainda teremos, ao lado de quem ainda nos ama.
Nesse dia tão particular e ao mesmo tempo tão partilhado, ou não...
Geralmente nos sentimos diferentes. Sensíveis. Conectados conosco e de olho no mundo. Se o mundo está nos vendo.Se estamos no palco, sob os holofotes e os aplausos ou escondidos atrás das cortinas. Nos bastidores.
Não importa se é segunda-feira, se o céu está nublado ou cinza. Neste dia podemos pegar todos os semáforos fechados, não encontrar vaga no estacionamento, esperar 15 minutos pelo elevador ou ficar na fila do banco. Nada pode nos atingir. Somos super-heróis salvando a nós mesmos da rotina
de ter que estar bem ou ser feliz. Não somos obrigados a nada. Nosso compromisso é apenas conosco. O compromisso de não fazer nada ou fazer tudo. Atender todas as ligações ou desligar os telefones e não atender ninguém. Permitir nos agradar ou nos punir. Nos mimar ou nos judiar.Saímos ou ficamos.
Não importa.
Neste dia a escolha é nossa. E podemos marcar todas as alternativas ou nenhuma das anteriores. Podemos chutar a gol ou assumir o lugar do goleiro. Podemos ficar ao sol, ou... ser o sol.
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