Existem tantos dias no ano dedicados a alguma coisa, a alguma causa, a alguém.
Não falo agora do dia do médico, da professora ou do engenheiro. Não falo do dia que começou uma guerra ou do início da primavera. Não falo daquele feriado decretado em alguns lugares ou daquele comemorado no mundo inteiro. Falo de um dia. Um único dia que cada um recebe quando chega e leva junto quando se vai.
Um dia que, de todos aqueles que passam ao longo do ano, é particular. É único. É prática e teoria. É nosso.
Falo sim, do aniversário!!
Cada pessoa o vive de um jeito...
O aniversário acorda conosco. Ou a gente acorda com ele?
Não o perdemos de vista. Sabemos que
ele nos pertence. Sozinhos ou não, ele está lá, no fundo, nos lembrando que somos finitos. Que um dia, de algum ano, será o último.Esta consciência mórbida nos faz ainda mais conscientes dele e sua preciosidade é ainda maior. Mais curtida. Se fôssemos imortais ele não teria tanta importância. Ou não teria nenhuma. Contar o quê? Novecentos e quarenta e quatro anos... Puts, assim já se começa a ganhar presente repetido!
Quando crianças esperamos o bolo, as velas, os amigos... os presentes. Quando adolescentes esperamos a fulia, os recados, as brincadeiras, a curtição com a galera... os presentes. Quando adultos esperamos por nós. Quem encontraremos a cada novo aniversário. Quem ainda seremos ou quem ainda queremos ser. Quem estará nos esperando no espelho. Que paisagem nos esculpirá na foto. E ainda, os presentes! Quando velhos... Ah! Esperaremos as lembranças de todos aqueles que fomos em todos os aniversários que se passaram. E os presentes? Não. Os presentes não virão embrulhados. Serão os dias que ainda teremos, ao lado de quem ainda nos ama.
Nesse dia tão particular e ao mesmo tempo tão partilhado, ou não...
Geralmente nos sentimos diferentes. Sensíveis. Conectados conosco e de olho no mundo. Se o mundo está nos vendo.Se estamos no palco, sob os holofotes e os aplausos ou escondidos atrás das cortinas. Nos bastidores.
Não importa se é segunda-feira, se o céu está nublado ou cinza. Neste dia podemos pegar todos os semáforos fechados, não encontrar vaga no estacionamento, esperar 15 minutos pelo elevador ou ficar na fila do banco. Nada pode nos atingir. Somos super-heróis salvando a nós mesmos da rotina
de ter que estar bem ou ser feliz. Não somos obrigados a nada. Nosso compromisso é apenas conosco. O compromisso de não fazer nada ou fazer tudo. Atender todas as ligações ou desligar os telefones e não atender ninguém. Permitir nos agradar ou nos punir. Nos mimar ou nos judiar.Saímos ou ficamos.
Não importa.
Neste dia a escolha é nossa. E podemos marcar todas as alternativas ou nenhuma das anteriores. Podemos chutar a gol ou assumir o lugar do goleiro. Podemos ficar ao sol, ou... ser o sol.
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