sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Saudade...
Conforme os dicionários: “ Um desejo vago e constante por algo...”
“ É a lembrança de sentimentos, experiências e lugares ou eventos. Pode ser descrita como um vazio”.
Uma pesquisa britânica considerou a palavra saudade , em português, como a sétima palavra mais difícil do
mundo para se traduzir.
A primeira é ilunga (idioma africano), que significa que uma pessoa pode perdoar pela primeira vez, tolerar pela segunda, mas nunca pela terceira vez. Outras: naa ( japonês), usada para enfatizar declarações ou concordar com alguém, altahmam (árabe), um tipo de tristeza profunda, gezellig ( holandês), aconchegante...
Mas de todas da lista, apenas saudade não é consensual.
Se o mundo, no entanto, não consegue explicá-la em outras línguas, todos a conhecem muito bem.
A saudade é poderosa demais...
Consegue nos transportar para outros tempos, voltar para outros sonhos. Vivendo de novo o que passou, o que já foi, o que já era. O que tem, ou não, volta.
Sozinhos ou acompanhados, felizes ou tristes, ela aparece de repente, sem aviso e sem permissão. Vai entrando pela porta da casa, pela janela do coração. Pula muros muito altos e não tem jeito, nos alcança, nos descobre e se esconde com a gente. Se apodera e toma conta.
Ela não marca hora, não nos pergunta se pode chegar, se pode ficar , se a gente quer mesmo senti-la.
Saudade é esse ”algo”, que nos faz atravessar pontes para outras épocas, ou voltar poucos minutos atrás...
Neste momento eu explico a saudade através do meu filho mais velho, de dois jeitos.
Quando ele estava comigo, eu sentia saudade dele, junto com ele.
Saudade de um carequinha alegre que eu exibia orgulhosa no carrinho de bebê por onde ia.
Saudade do primeiro dia de aula, de mochilinha nas costas e uniforme. Saudade das molecagens, de assistirmos desenhos juntos e das brincadeiras. Das homenagens na escola, das pinturas coloridas...
São vozes da infância, que ainda ecoam em mim.
Hoje sinto saudade do meu jovem, o meu menino dourado como costumo chamá-lo, que foi prá muito longe
aprender outra língua e outra cultura. Já na faculdade, misturo as saudades. De um tempo que passou e de um que está passando. Saudade pela separação física que me impede de entrar naquele abraço enorme dele. Tão carinhoso...
Quando eu abria a porta de casa, só enxergava aqueles braços abertos, prontos pra me aninhar, me aquecer do frio do mundo.
E eu pequena perto dele tão alto, desaparecia no meio de tanto aconchego. Mas por nem um instante esquecia, que antes... era eu a gigante dele. Era eu quem dominava esse amor e o protegia da vida.
Então saudade é isso!
É ter de volta. Seja aquilo que podemos pegar ou apenas sentir.
A minha saudade hoje filho querido , bate junto com as músicas dos Beatles que tanto amas. Esse sentimento, todo misturado, é dedicado a ti, que foi e continua aqui.
Estou te esperando, para quando estiveres comigo, poder novamente, sentir apenas uma.
A saudade do que passou, não a do teu abraço...
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