quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Anjinho x Diabinho...

Estamos sempre entre a cruz e a espada. A cada momento uma decisão.
Uma encruzilhada.


Na maioria das vezes são bobagens
que não trarão grandes estragos,
mas em outras nos complicamos. Ficamos
encafifados assistindo ao duelo que acontece
logo ali em cima, em nossa cabeça.


Ou.. logo ali embaixo, no coração.


E em  outras tantas ficamos ainda mais atordoados,
pois a luta se trava no meio do caminho, entre o  amor e a razão...


Mesmo quando os impasses são pequenos, eles estão ali. Os dois!!!
O diabinho insistindo: "Vai, esquece essa história de colesterol, a picanha
está no ponto... E o anjinho fica desesperado: Que isso! Um franguinho
grelhado agora é perfeito! O sinal vermelho de madrugada parece enlouquecer
os dois: o diabinho não sabe se torce pela multa ou pelo assalto e o anjinho
entra em crise de identidade e finge que pegou no sono...


É,  esses dois tem um trabalho danado prá colocar juízo ou minhocas
em nossa cachola. Ficamos  no emprego ou tentamos o nosso negócio?
Defendemos ou atacamos?  Vamos ou ficamos?


É difícil  definir o certo e o  errado. Algumas coisas são fáceis: se beber
não dirija, mas outras nos pedem prá pagar prá ver!!


Como a letra daquela música: ..." nada do que posso me alucina, tanto
quanto o que eu não fiz"...


A vida segue embalada ladeira abaixo e não pode ficar à mercê dos nossos
medos de enfrentá-la. Se em alguns momentos o  anjinho nos coloca a salvo
embaixo das cobertas,  em outras o diabinho é que faz das loucuras
a grande  proteção que nos  garante a felicidade.






quinta-feira, 8 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Que história é essa?

autumn پاییز


Precisamos mesmo ir embora?
Quem disse que a gente concorda?

É muita coisa e tão pouco nosso tempo.
São tantos planos antigos,
Tantos novos sendo criados...
Tantos sonhos misturados.

Os primeiros anos ficam colados nos álbuns
Os seguintes seguem meio recortados
E quando nos damos conta
Já estamos picotados!

Não roubem cedo minhas flores,
Não me levem os amores.
Ainda quero muitas danças,
E poder voar as tranças!




terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como acordamos?


Levei meu filho na escola e vinha escutando o rádio na volta quando a letra de uma música me chamou a atenção,

ou melhor,  me beliscou, pois acho que eu vinha no piloto automático. Um pedacinho dela dizia:  “ me encheu o dia de saudade”...

Acho que acordamos propícios a nos encher o dia com alguma coisa.

Às  vezes nos enchemos de picuinhas tão banais. Queremos que os outros estejam na mesma sintonia que a gente.
 Enjoados com a rotina, com a demora do elevador, em ter acordado por último e  arrumar a cama enquanto o
outro canta no chuveiro.  Com as pessoas que caminham devagar em nossa frente, enquanto nos sentimos rápidos desviando
de tudo e de todos, de seus olhares e de seus sorrisos sem motivos. Eles vão felizes de chinelos enquanto os sapatos nos
machucam os pés.

E também  nos irritam se vierem na direção contrária das nossas emoções. Ora, se estamos bem, que o mundo vibre conosco.
 O dia amanheceu lindo e ninguém se deu conta, ficando de cara amarrada prá “nossa alegria”? Que isso? Estamos daquele
jeito abobado que nos dá o direito de comprar picolé numa tarde fria. Os carros nos ultrapassam buzinando enquanto
curtimos os Beatles a todo volume seguindo sem pressa. Será porque o sinal estava quase fechando e o cara de trás vai
se atrasar um minuto e meio? Que bobagem. Naquele momento o atraso é dos outros. Somos nós os despreocupados.

Mas ai se fosse o contrário...

Que portas se abrem para os nossos pensamentos todas as manhãs? O que carregaremos pelo dia afora? Flores ou rugas?

Não temos o dom de seguir os melecados manuais de auto ajuda que insistem para que o presente seja vivido plenamente.
Com boa vontade, comendo salada, fazendo exercício, tomando muita água, sem esquentar a cabeça por nada.

A vida nos oferece pizza (graças a Deus). Metas, engarrafamento  e juros de cheque especial. Não somos alunos perfeitos
e pegamos recuperação. Mas talvez a gente possa se esforçar um pouco mais prá respeitar o fato de que que cada um está enchendo o seu dia
com algo diferente.

 Quem sabe seja possível  emprestar um pouco da nossa paciência quando eles estão mais longe de alguma
faixa de segurança ao atravessar a nossa felicidade.


 Ou... podemos andar descalços nas manhãs cinzentas e
seguir com mais leveza aqueles que amanheceram melhores que nós. Sem motivos prá chorar, mas com razão...
para sentir saudade!

Barefoot on the Salt Flats


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Segunda-feira...

Esses dias eu resolvi exaltar toda a minha adoração pelos benefícios que pode nos trazer a chegada
de uma sexta-feira, quando nada é capaz de nos tirar do sério. Tudo é pura felicidade...


 E paralelamente à relação de elogios para ela, simplesmente destruí a segunda-feira.


Ela passou a ser o último time colocado da divisão D, ou pior, passou a ser o Brasil no jogo em que perdeu
todos os pênaltis. Uma segunda-feira chuvosa então seria como encontrar uma fila de banco dentro de casa, a caminho da cozinha quando nossa barriga está desesperada para um assalto à geladeira.
Como acabar a luz num dia muito frio no melhor do banho, totalmente ensaboados embaixo do chuveiro e de noite!


Então hoje dou de cara com uma! Uma segunda com chuva!  E deu pena. De repente me arrependi de ter
sido tão cruel com a coitada. Talvez eu tenha sido injusta, afinal, com algum jeito pode sim, existir vida depois
do Fantástico. Daí me lembrei que alguns anos atrás eu inventei uma maneira de driblar a vontade de pular a segunda.


Naquela época ela passou a ser o dia oficial de namorar. Eu trabalhava o dia todo feliz, esperando a hora de sair correndo pro shopping, pegar um cinema e depois ter  um jantar muito especial. 


Passei a acordar feliz da vida na segunda. Chegava na empresa cumprimentando a todos com um bom dia bem-humorado que irritava todo mundo. Cantarolava baixinho, oferecia balinha... E fora o perigo de ser
levada à força e ser assassinada no almoxarifado, foi um tempo imensamente feliz.


A única coisa que não deixou saudade desse tempo foi a terça. Ela ficou com jeito de segunda,com cara de segunda e chatice de segunda e se não fosse o fato de segunda não ter as vídeo cassetadas do Faustão,  a terça sem dúvida, teria que trocar de nome!













sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sexta-feira...



Ela pode chegar de qualquer jeito...


Nublada, cinzenta, chuvosa, fria.
Ela pode chegar amassada, cansada, inibida, pois tem o poder de nos "alisar".
Ela pode nos surpreender sem idéias, sem programas, sem motivação. 
Mesmo assim consegue nos atingir em cheio a mente e aquecer o coração.


Sempre, sempre será bem-vinda! Adorada e esperada.


Uma segunda-feira molhada nos faz querer ficar amarrados na cama e perder a chave da porta.
Mesmo ensolarada, ainda assim é preguiçosa.É mais lenta.


Ela não.


A sexta jamais nos entristece. Ela é cheia de significados e  mesmo que não nos leve a nenhum lugar,
ainda assim teremos chegado.Ainda assim teremos ido longe.


Na segunda muitas vezes sequer saímos do lugar. Não importa
quantas voltas tenhamos dado. Os sonhos estacionam ou se perdem, onde a imaginação lhes
dá carona. E de repente, não estamos conosco.


A sexta pinta nossos pensamentos.Tinge tudo. Ofusca. Embaralha, mas ainda assim nossos
planos não pegam a estrada sozinhos.Vamos embora de mãos-dadas. Direto pro final de semana...


Mesmo que seja pro sofá da sala, curtindo o gosto incomparável de ficar em casa,
por vontade própria. Sem ter que fazer nada.


Ou... ter que fazer tudo!

terça-feira, 17 de maio de 2011

A vida começa quando?







Lembro claramente...
Distraída entre os meus doze anos e minhas bonecas, sonhava com os quinze.
Quando eles chegaram imaginava a felicidade de ter dezoito, com todas as
portas que viriam de presente.
Mal sabia que junto também chegariam as encruzilhadas.

É,  a gente muda de opinião sobre essa tal idade limite  onde queremos
permanecer ao abrigo do tempo.

Vi os meses sendo atropelados pelos anos com mais pressa do que
eu queria entender. E então tudo começou a girar, a correr,a voar.
Como uma ampulheta que nada respeita e despeja a  areia
sem que se curta sua trajetória.


Queria brincar de estátua  com todas as datas  que teimavam em zombar de mim.

Quando os trinta e cinco resolveram me espiar na esquina,
comecei a ensaiar um atalho.

Que peça o destino me pregava resolvendo ser o grande campeão
da minha própria corrida?
Que direito ele tinha de me roubar tão cedo de mim mesma?

Logo percebi que não podia me esconder ou voltar atrás.
Algum vento soprava sempre vindo de alguma direção desconhecida e
me empurrava aonde quer que eu estivesse. Pra frente...

Mas acho que agora aprendi.
Enfrento as músicas que me trazem de volta, danço as
coreografias passadas, invento outras tantas mil e sigo de
acordo com as brisas  e  as  tempestades que fazem de mim o que sou.

Não quero mais estacionar nos dezoito. Todos os espaços
estão encaixados no seu devido tempo e deixo que
venham os anos, as rugas,os planos, os danos.

É isso. A vida começa quando?
Hoje.
Prá mim, aos quarenta e cinco!

Quebra-Cabeça



Vou fugindo de mansinho,
Passinho por passinho...

Fujo de quem não quero ser
E brinco comigo de me esconder.

Que coisa mais fascinante
Essa arte de itinerante!

Palhaça  do meu próprio palco
Arranco aplausos de mim mesma
E também choro da minha fraqueza.

Às vezes me sinto forte
Outras tantas nem tanto assim
Mas a vida é também feita de sorte
E vou  montando os pedaços de mim.

E vem a vida...


A gente vive de sonhos e de planos...
E a vida nos prega peças e enganos.

A gente quer ficar e poder rir
Mas a vida implica e nos manda seguir

A gente procura os raios de luz nas frestas das janelas
Mas vem a  vida...
Fecha as cortinas e nos tira de perto delas

É tanta pergunta presa
E quem  põe as cartas na mesa?

Nascemos procurando por brilhos
Não nos preparam prá escuridão

Nossas metas são nossos filhos
Eles sim,  continuam...
A nossa canção.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Despedida...

Embora curta mais Beatles e Rita Lee, a frase é de Leandro e Leonardo:


“Não aprendi dizer adeus”...


E quem de nós aprende isso?


A gente aprende raiz quadrada,
adjunto adverbial, modernismo,
fotossíntese...


A gente ensaia uma dança, pedir o
carro emprestado, dizer eu te amo...


A gente consegue decorar a tabuada, os
afluentes do Amazonas, os pronomes
demonstrativos...


Mas não nos ensinam a dizer adeus.


Ninguém sabe o que fazer
quando a cortina fecha,
quando os aplausos silenciam,
quando a luz se apaga.


Em fevereiro perdi uma das melhores amigas que já tive.


Com ela aprendi o significado da palavra coragem.
A exata dimensão do verbo persistir.
Ela seguiu em frente quando tudo ao redor dava
meia volta.


Enfrentou as maiores perdas que se pode
suportar e foi firme e digna. Sempre.


Volto a escrever depois de muito tempo,
pois acho que isso ficou de bom.
O exemplo de não entregar os pontos.
Da doçura em meio às batalhas.


Hoje ensaio a continuação das frases
e decoro as palavras que desenham o
privilégio de ter convivido com ela.


Obrigada, Suzi!